domingo, 5 de setembro de 2010

Pablo Neruda , no domingo


" Não te amo como se fosses rosa de sal , topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo :
te amo como se amam certas coisas obscuras ,
secretamente , entre a sombra e a alma .


Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si , oculta , a luz daquelas flores ,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.



Te amo sem saber como , nem quando , nem onde ,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho :
assim te amo porque não sei amar de outra maneira ,


senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho ."


in, " Cem Sonetos de Amor " , XVII

2 comentários:

  1. Marisa, fico na dúvida se entro no seu blog para ler a postagem,por sinal, de extremo bom gosto ou se entro para ouvir as músicas, escolhidas "a dedo".Você consegue unir a música e a letra, como se fossem feitas uma para outra.
    PARABENS!
    ( Esse soneto é lindissimo ).
    Um grande Beijo.

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  2. Ely,

    Amigas , queridas , e com sensibilidade como a sua , me fazem gostar tanto de postar prosa e poesia que aprecio neste blog.
    Obrigada pelo carinho.
    beijos,
    Marisa

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