terça-feira, 16 de novembro de 2010

Lenda do Luar-de-Chão



" Quando já não havia outra tinta no mundo

o poeta usou do seu próprio sangue .

Não dispondo de papel ,

ele escreveu no próprio corpo .

Assim,

nasceu a voz ,

o rio em si mesmo ancorado .

Como o sangue : sem foz nem nascente ."



Mia Couto
, in " Um rio chamado tempo,
uma casa chamada terra."

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