sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Soneto a quatro mãos



" Tudo de amor que existe em mim foi dado .

Tudo que fala em mim de amor foi dito .

Do nada em mim o amor fez infinito .

Que por muito tornou-me escravizado .



Tão pródigo de amor fiquei coitado

Tão fácil para amar fiquei proscrito .

Cada voto que fiz ergue-se em grito

Contra o meu próprio dar demasiado .


Tenho dado de amor mais que coubesse

Nesse meu pobre coração humano

Desse eterno amor meu antes não desse .


Pois se por tanto dar me fiz engano

Melhor fora que desse e recebesse

Para viver da vida o amor sem dano ."



Vinicius de Moraes e Paulo Mendes Campos

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