sábado, 3 de março de 2012

Manoel de Barros



" Ando muito completo de vazios .

Meu órgão de morrer me predomina .

Estou sem eternidades .

Não posso mais saber quando amanheço ontem .

Está rengo de mim o amanhecer .

Ouço o tamanho oblíquo de uma folha .

Atrás do ocaso fervem os insetos .

Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu destino .

Essas coisas me mudam para cisco .

A minha independência tem algemas ."

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