Barbara Cole
Meus amigos ,
O ano está terminando e , republico , por gostar demais ,
o poema VAI , ANO VELHO
do escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna ,
desejando a todos um 2018 com saúde , esperança , paz
e muito amor .
Que possamos continuar juntos no novo ano ,
repartindo o que temos de melhor .
Beijo e abraço cada um
" Vai ano velho , vai de vez
vai com tuas dívidas e dúvidas ,
vai dobra a esquina da sorte ,
e no trinta e um , à meia noite esgota
o copo e a culpa do que nem me lembro
e me cravou entre janeiro e dezembro .
Vai , leva tudo :
destroços , ossos , fotos de presidentes ,
beijos de atrizes , enchentes , secas ,
suspiros , jornais .
Vade retrum , para trás ,
leva para a escuridão quem me
assaltou o carro , a casa e o coração .
Não quero te ver mais ,
só daqui a anos , nos anais ,
nas fotos do nunca mais .
Vem ano novo , vem veloz ,
vem em quadrigas , aladas , antigas
ou jato de luz moderna , vem , paira ,
desce , habita em nós ,
vem com cavalhadas , folias ,
reisados , fitas multicolores , rebecas,
vem com uva e mel e desperta em nosso
corpo a alegria , escancara a alma ,
a poesia , e , por um instante , estanca
o verso real , perverso , e sacia em nós
a fome de utopia .
Vem na areia da ampulheta como a semente
que contivesse outra semente ,que contivesse
outra semente ou pérola na casca da ostra
como se outra semente pudesse nascer
do corpo e mente ou do umbigo da gente
como o ovo , o Sol e a gema do Ano Novo
que rompesse a placenta da noite em
viva flor luminescente .
Adeus tristeza :
a vida é uma caixa chinesa
de onde brota a manhã .
Agora é recomeçar .
A utopia é urgente .
Entre flores de urânio
é permitido sonhar . "
Som na caixa ...